domingo, 22 de novembro de 2009

Contibuição do amigo Caio

"Sigo cigano cego e sempre
Eu mesmo leio a minha mão
Escrevo nela versos, ventos
O meu destino, meus lamentos
Estou marcado de paixão

Enquanto eu coço a cabeça, o mundo gira
Penso um pouco e sinto preguiça
Numa fusão de desejo, besteira e malícia
Me chegas trazendo teu olhar,
Teu tempero e meu suor
De cara fechada, um jeito largado, um corpo delgado
A mulher no peito, no meu peito a ensaboar

Olhos perdidos no vento,
Ela transpira o futuro
E no presente um buraco,
Esperando ela falar

O sonho circulava na boca,
Louco de tanto imaginar
E eu escutava o barulho das águas rodando
Na língua, nos dentes, depois escorriam pelos lábios incandescentes
E caiam na roupa os mais indecentes
Na cama teu tempero resvala
E adormece na lua crescente a me guiar
E assim segredo os clarões sem par,
Iluminando a noite num coração de homem a desfolhar

Ela parada num canto, assim diferente,
Com os dedos entrelaçados e os pequenitos pés cruzados,
Rege uma orquestra espremida,
Constrói constelações com sincero amor profundo e
Desenha em mim os sonhos de um laço divinal

Ah, como ela tinha segredos pra mudar o mundo
Fazer mil cicatrizes sararem bem fundo..." (Caio Di Palma)

17/ 12

Ele ficou ao seu lado por muito tempo. Eram crianças, brincavam de ser gente. Adultos, brincavam de ser crianças. Crianças que se despediam e voltavam a brincar, num ioiô de rodar a vida. Mas no dia da fatídica despedida, antes do pode beijar a noiva, prometeu voltar em dezembro. 17 de dezembro. Sem falta.
Ela vai ficar esperando, contando os dias em bem-me-quer, bem-me-quer. Porque de mal-querer já cansou e, à porta do cinema, com seu vestido branco de algodão, ela se deixa esvoaçar. Ela agora suspira poesia, que voa como fino pólem para além, no mar. E de lá, numa gota de óleo, negra como a veste, ele transpira o desejo da volta.
Até breve, meu amor.

No calor das horas, 21/ 11/ 2009.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Mea culpa

Estão dizendo por aí que o apagão foi culpa do Governo. das intempéries. da Madonna. de Jesus. do raio que o parta. Sei é que, final do ano chegando, ninguém mais se aguenta aceso. Minha tese é a seguinte: a culpa é da gente! Quem mandou esta raça que vos fala trabalhar loucamente, o ano todo? Se lamentar, com recalque até a alma, do calor, desejando pegar, com as férias, uma prainha às 10h de 3ª feira? Cheers, Don Ramón! Voto em você pra presidente da próxima vez!
Agora, boa noite, vou dormir. E sonhar, com a luz apagada espontaneamente (figuinhas!), que já é Natal e eu estou comendo rabanadas, muitas rabanadas!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

As rosas não falam

Pensas que esboçarei flores? Tsts, nada disso. Tava demorando. O clima das flores foi embora. Mas, enfim, acabou. Viva! Figura recorrente nos próximos posts, se os céus não olharem por nós (ou não cairem sobre nós): o sol.

Sorte do dia: tá calor, too much! E as pessoas que eu tô seguindo estão falando do calor. Achei legal falar dele também.
Mas, pra não pagar diário, vou contar uma historinha. Sigam-me os bons.

Era uma vez uma florzinha [bah, brinks!]
.
..
...
....
.....

Não dá! Sinto fritos os meus miolos, ó pá! Minha imaginação não flui.
E a menina na Irlanda está reclamando? Como assim?? Acho que eu estou precisando ir abanar uns leprechauns! Porque a moda praia não se encaixa bem aos parâmetros britânicos de educação. Rezo ao deus sol, em minha dança da chuva diária, para que o final de semana logo chegue e eu possa colocar em prática os meus sonhos de uma noite de verão.*

*Ninguém no Brasil, queridos, tem sonhos de uma noite de verão. Coisa de inglês, óbvio. Aqui, no verão, ninguém sonha. Frita, bebe, dança, pega. Mas sonhar, com este calor... tsts.

domingo, 1 de novembro de 2009

Tropeçando em flores

Um dia, meu bem, um dia,
Vamos colher as flores que outrora plantamos.
E essas flores podem ser azuis, lilases, multicores.
Ou brancas, como o copo-de-leite
Duramente amarelado despontando no azul.
Ou vermelha, como a rosa ardente.
Mas veja bem, amor: flores também são seres
Que nascem-crescem-reproduzem-morrem
E eu não quero ser viva pra ver o fim da flor.
O outono chegar nessa deliciosa primavera.
Não, não.
Quero a brisa mais branda, o batucar do coração
Que corre, corre pelo jardinado
Até encontrar a espécie mais bela.
Pegar a flor.
Beijar a flor.
Entregar à flor.
Ser flor.